12. iCares – Novo adesivo inteligente que fornece informações em tempo real sobre lesões na pele

12. iCares – Novo adesivo inteligente que fornece informações em tempo real sobre lesões na pele

Tempo Leitura 5 min

No 12º episódio da Rubrica Científica, o Francisco e o Miguel falam-nos sobre sobre a criação de um adesivo inteligente capaz de fornecer informações em tempo real sobre lesões na pele.
Será este um marco revolucionário para o acompanhamento médico?

Junta-te a nós neste episódio e esclarece as tuas dúvidas!

Scientific Junior Value, Generating Success!

Francisco Sousa: Olá! Bem-vindos a mais um episódio da “Rubrica Científica”, o podcast da Scientific Junior Value! Eu sou o Francisco Sousa, e hoje vou estar à conversa com o nosso convidado, Miguel Carvalho, que partilhará connosco um desenvolvimento inovador: foi criado um adesivo inteligente capaz de fornecer informações em tempo real sobre lesões na pele. Será este um marco revolucionário para o acompanhamento médico? É o que o Miguel nos vai explicar!

Miguel Carvalho: Muito obrigado! Estou entusiamado por compartilhar esta novidade! Realmente, estamos a assistir a um progresso fantástico para a saúde. De facto, a vasta aplicação de algoritmos inteligentes em dispositivos médicos, entre outras contribuições, tem auxiliado profissionais de saúde na gestão da recuperação dos pacientes. iCares é a designação atribuída a este novo adesivo, capaz de extrair dados em tempo real sobre feridas cutâneas, apresentado ao público no passado mês de abril. Foi concebido por um grupo de investigadores do CalTech – California Institute of Technology – tendo sido lançada uma primeira versão em 2023.

Francisco Sousa: Quais são as principais diferenças entre essas duas versões do adesivo?

Miguel Carvalho: A primeira versão do adesivo caracterizou-se pelo fornecimento de dados em tempo real sobre o estado de lesões na pele de modelos animais, sendo ainda capaz de acelerar o processo de cicatrização através da fusão de medicação pela banda aderente. Por outro lado, o mais recente modelo, para além de tudo isto, é ainda capaz de recolher e direcionar fluidos produzidos em resposta à inflamação para a região lesionada.

Francisco Sousa: E este modelo já foi testado em humanos?

Miguel Carvalho: Sim! Inclusive, revelou-se bastante eficiente em 20 pacientes com doenças crónicas, como diabetes e má circulação sanguínea, patologias que dificultam o processo natural de cicatrização.

Francisco Sousa: É surpreendente como um material de dimensões tão reduzidas pode ter tanto impacto nas nossas vidas! Permite-me questionar: de que é feita esta banda inteligente?

Miguel Carvalho: O adesivo é constituído por polímeros flexíveis e biocompatíveis, que podem ser obtidos por impressão 3D a baixo custo. Integra um nanosensor de biomarcadores, de aplicação única para assegurar higiene. Este sistema engloba, ainda, uma placa de circuito reutilizável que processa o sinal e transmite os dados via wireless para uma interface de utilizador, como um smartphone. Ou seja, a monitorização dos dados pode ser feita pelo próprio paciente de forma acessível, imediata e constante.

Francisco Sousa: Assim sendo, acredito que o controlo destes casos é muito mais exato! Anteriormente, mencionou a capacidade de direcionar fluidos. Como é que isso acontece?

Miguel Carvalho: O adesivo é composto por 3 componentes microfluídos distintos que canalizam e controlam o fluxo de líquidos na zona ferida. Um deles inclui uma membrana que aspira o fluido da superfície da ferida; outro transporta o líquido através do dispositivo até o sensor para ser analisado, e o terceiro elemento transfere os resíduos para o exterior do curativo. Desta forma, é assegurada a remoção de humidade que retarda a regeneração do tecido. Simultaneamente, é garantido que a análise é feita sobre fluidos recentes, não contaminados por outros anteriores, pelos que os dados obtidos são factuais.

Francisco Sousa: Qual é a relevância de existirem estes 3 componentes?

Miguel Carvalho: É assegurada a remoção de humidade que retarda a regeneração do tecido. Simultaneamente, é garantido que a análise é feita sobre fluidos recentes não contaminados por outros anteriores, pelos que os dados obtidos são factuais.

Francisco Sousa: Que parâmetros são analisados para tirar conclusões sobre o estado da lesão?

Miguel Carvalho: iCares permite reconhecer biomarcadores de inflamação e infeção em tempo real. O adesivo deteta moléculas como óxido nítrico, indicador de inflamação, e peróxido de hidrogénio, indicador de infeção.

Francisco Sousa: E qual foi a principal contribuição da incorporação de um algoritmo inteligente?

Miguel Carvalho: A implementação de um algoritmo de machine learning amplificou o potencial deste adesivo, já que agora é capaz de classificar as lesões e prever o tempo de cura.

Francisco Sousa: Gostarias de acrescentar mais alguma informação para os nossos ouvintes?

Miguel Carvalho: Gostaria de sublinhar que este é um desenvolvimento de extrema importância providenciando novas alternativas ao tratamento de pacientes com lesões crónicas, que se não forem acompanhadas de forma adequada podem resultar numa amputação.

Francisco Sousa: Este é um produto impressionante! Muito obrigado, Miguel, pela tua participação no nosso podcast! Ficamos a conhecer mais um trabalho surreal, desenvolvido com a participação infalível de um algoritmo inteligente que com certeza terá uma contribuição cada vez maior no setor da saúde. Há muito trabalho a ser feito, novas descobertas se avizinham. Por isso, mantenham-se atentos às nossas redes sociais para não perderem o próximo episódio da “Rubrica Científica”!

Partilhar:

Este site usa cookies para assegurar uma melhor experiência de navegação. Se desejar saber como tratamos os seus dados leia nossa política de privacidade.